De beneficiário a doador

Não é segredo para ninguém que, dia após dia, a São Martinho vem fazendo o que sabe de melhor: transformar vidas. E não é incomum achar histórias inspiradoras de pessoas que passaram pela instituição e hoje se orgulham disso.

Esse é o caso de Ulisses Peres Betbeder, empresário, de 37 anos.  Ele conheceu a instituição ainda adolescente e se encantou com o trabalho desenvolvido.

“Foi através da tia de um amigo que estava colocando o filho no projeto, em 1996. Morava na Pavuna, já naquela época um bairro com muita violência. Infelizmente alguns amigos de infância entraram para criminalidade e foram assassinados”, diz.

Tentando fugir do contexto marcado pela violência, ele viu na São Martinho uma oportunidade de iniciar cursos e se inserir no mercado de trabalho da melhor forma possível.

“Fiz curso preparatório para o mercado de trabalho, de informática, trabalhei um período na sede do SENAI e, quando o departamento foi para Brasília, fui transferido para o BNDES. Aprendi muito a respeitar hierarquia, respeitar a todos e principalmente as pessoas mais velhas. Aprendi a ter disciplina e respeito com as obrigações”, relata.

Ao longo do tempo, portas foram se abrindo e Ulisses sempre fez questão de aproveitar todas as oportunidades.  Para ele, a São Martinho desempenha um papel fundamental na melhoria de vida de todos os beneficiários e com ele não foi diferente.

“Além de ocupar o tempo ocioso do adolescente e inseri-lo no mercado de trabalho, faz com que o mesmo se sinta produtivo e importante. Permite-nos sonhar com um futuro melhor e ainda poder ajudar no orçamento familiar. No meu caso, consegui juntar um pouquinho de dinheiro e tive a oportunidade de investir em uma máquina de fabricar vassouras onde trabalhava normalmente nos finais de semana para aumentar a renda”, fala.

E hoje Ulisses colhe os frutos das oportunidades que aproveitou e do trabalho árduo ao longo dos anos.

“Tenho um casal de filhos, Luca com 6 anos e Mell com 4 anos. Minha esposa era minha namora da época que trabalhava pela São Martinho e já se vão quase 20 anos juntos.  Hoje tenho uma marca de roupa com quase 70 funcionários  e minha vida é pautada por muito trabalho e momentos de lazer com a família e amigos.

Sem esquecer-se da São Martinho, Ulisses, que se tornou doador, é grato por tudo que a instituição fez por ele.

“Há muitos anos venho ajudando algumas instituições e sei o quão necessário é. Eu sou fruto da São Martinho. Quando um menor é acolhido, as chances de ele dar certo na vida aumentam muito”, finaliza.