A primeira semana de agosto é marcada por um esporte que harmoniza a arte-marcial, cultura popular, dança e música. Sexta-feira, dia 3 de agosto é o dia do capoeirista. A capoeira é uma das principais praticas desenvolvida com os beneficiários da São Martinho.
Para o Mestre Jagunço, professor de capoeira do Centro Socioeducativo da Lapa, ser capoeirista é entender quem você é. Durante as aulas, o educador busca ajudar as crianças a entender quem elas são.
– Existem aqueles que praticam e os que foram escolhidos. Os escolhidos têm uma missão. Eu fazia engenharia civil e saí para praticar capoeira com muito amor. Ser capoeirista é ser artesão, artista, poeta, ser construtor de sonhos – declarou.
A capoeira conta uma história que não tem nos livros. Durante as oficinas, são trabalhados conceitos que foram perdidos ao longo da história, e que muitas vezes os jovens não aprendem na escola.
– A aula de capoeira também é teórica e eu descobri muitas coisas que eu não sabia. Nós fazemos nossos próprios instrumentos com a reciclagem. Aqui na São Martinho, eu ganhei muito conhecimento que não tinha acesso no colégio – contou a beneficiária Emanuelle Alves, 10 anos.
Com as oficinas realizadas na instituição, os educadores visam fazer com que a criança seja capaz de entender quem ela é. O papel da São Martinho é abrir novos olhares , novos horizontes e mostrar para a sociedade que esses jovens pensam, sonham e têm projetos de vida. Aos 16 anos, o beneficiário Gabriel Germano observou que com a capoeira ele também aprende valores para outras áreas da vida.
– Além de jogar, tocar berimbau e confeccionar os instrumentos, o mestre também ensina a respeitar o colega e a tratar bem o próximo.
De acordo com o Mestre Jagunço, a São Martinho é um canal do saber e catalisador de talentos.
– Nós abrimos os braços pra essas crianças. Queremos que elas vejam que somos iguais. Os jovens que são negados lá fora, nós abraçamos aqui e dizemos que eles são importantes.