São Martinho discute perda de direitos fundamentais em 18° Fórum Institucional

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São Martinho discute perda de direitos fundamentais em 18° Fórum Institucional

A Associação Beneficente São Martinho realizou, nos últimos dias 26 e 27 de agosto, o 18° Fórum Institucional. O tema desse ano foi: “Direitos fundamentais da população do Rio de Janeiro. ameaças e perdas… o que fazer?” Por conta da pandemia do Covid 19, o evento foi totalmente online e transmitido pelo canal da instituição no Youtube (@tvsaomartinho).

Além de promover discussões atuais, o espaço também é usado para apresentar o trabalho e o conteúdo dos relatórios semestrais dos programas para permitir que essas informações se tornem de conhecimento público.

“Nossa instituição está caminhando para os 37 anos de atuação na cidade do Rio de Janeiro e está à frente na luta e defesa dos Direitos Humanos desta população tão vulnerável. Nosso fórum é o espaço onde avaliamos a nossa caminhada dos últimos 12 meses,  refletimos sobre o momento presente e planejamos os próximos 12 meses, portanto, o futuro”, diz Frei Adailson Quintino, presidente da São Martinho.

E o primeiro dia contou com a participação Deputada estadual pelo PSOL, presidente da comissão de trabalho legislação social e senioridade social na assembleia legislativa do estado do Rio de Janeiro, Monica Francisco, além de Mariana Galdino, Coordenadora de Operações do LabJaca, e juíza Adriana Leandro de Sousa Freitas.

“Mesmo não estando de forma presencial, é possível sentir o acolhimento, o cuidado, a sinergia e a comunhão nesse momento.  A gente sabe que a década de 80 foi extremamente marcada por um processo extremamente violento no Rio de Janeiro, o quanto a violência recrudesceu naquela época, se acirrou de forma tremenda. E instituições como a São Martinho foram fundamentais  para avançar no processo de defesa dos direitos humanos e sobretudo da dignidade humana”, lembra Monica Francisco.

Surgido a partir de algumas demandas trazidas pela pandemia, o LabJaca é um laboratório que pesquisa, forma e produz dados e narrativas sobre as periferias e a favela e fica localizado na favela do Jacarezinho, zona norte do Rio de Janeiro. O grupo é formado 100% por jovens negros que tem o audiovisual como carro chefe para divulgação científica dos dados e a potencialização das narrativas faveladas e periféricas, tornando a pesquisa acessível para a população. Para Mariana Galdino a pandemia da covid 19 exigiu uma articulação em rede ainda maior para garantir o básico a população em vulnerabilidade.

“Ano passado a gente viu o quanto da falta dessa presença positiva do Estado dentro das favelas fez com quem milhares de pessoas se mobilizassem em campanha humanitária, principalmente no que se tratava de insegurança alimentar, que foi muito latente pra nossa sociedade na época.  Quando a gente se pergunta o que fazer a partir dessas perdas, uma das nossas maiores respostas enquanto população é a importância da nossa articulação, da nossa mobilização, e fortalecimento de rede. Se nós não caminharmos em coletividade, em comunidade, essa caminhada perde muito do sentido”, diz.

Um dos mais novos ataques aos direitos dos jovens é a medida provisória 1045, que cria o Regime Especial de Trabalho Incentivado, Qualificação e Inclusão Produtiva (Requip). Ele acaba com o vínculo empregatício e torna facultativa a contribuição das empresas à Previdência. Além disso, benefícios como o vale-transporte podem ser eliminados. Dona de um dos mais bem sucedidos programas de Jovem Aprendiz do Rio de Janeiro, a São Martinho vem acompanhando a MP e torce para que ela não seja aprovada.

“Eu tenho muita fé que essa medida não vai passar, mais uma vez ela vai ser extinta, e isso só está sendo possível pela grande movimentação das entidades formadoras. Elas tiveram um papel essencial nesse processo”, afirma.

Já o segundo dia foi marcado pelo debate sobre o impacto da atuação da São Martinho no último ano.

“Nós enquanto são Martinho queremos construir juntos esse espaço, onde a liberdade do outro é respeitada, a vida é respeitada, o sonho é respeitado. Queremos construir uma sociedade onde todos tenham vez, tenham lugar, tenham oportunidade. Onde possamos novamente sonhar com um mundo novo, uma nova forma e maneira, com uma sociedade engajada. Esse nosso fórum é um espaço privilegiado que a instituição faz todo ano para refletir, projetar, discutir as realidades sociais, onde enfrentamos tanto desafios”, finaliza Frei Adailson Quintino.[/az_column_text][/vc_column][/vc_row]