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ONGs têm queda acima da metade na arrecadação durante pandemia do Covid19
Definitivamente, o período de pandemia no Brasil não tem sido fácil para entidades do terceiro setor. Com perda de patrocínios e queda na arrecadação, as ONGs tiverem de se reinventar para continuar o trabalho. Isso se reflete em números.
De acordo com um levantamento realizado pelo Rede do Bem, 67% organizações da sociedade civil sem fins lucrativos dos estados de Rio de Janeiro e São Paulo relataram uma queda acima da metade na arrecadação, além de 83% terem corrido riscos de fecharem suas portas no curto prazo ou reduzirem as atividades.
E a Associação Beneficente São Martinho é um exemplo de instituição que sentiu o impacto desse novo cenário. Durante o período de isolamento social, houve uma queda de 70% na arrecadação, e, por outro lado, um aumento de 300% nos pedidos de ajuda.
E frente ao desafio de fechar as contas, a instituição, que atende, crianças e adolescentes em vulnerabilidade social na cidade do Rio de Janeiro, buscou meios de também continuar atendendo as necessidades dos beneficiários e suas famílias, principalmente aquelas mais básicas como comida, material de higiene, apoio social, psicológico e espiritual.
Um dos caminhos encontrado foi a campanha “Quarenta Solidária”. A ação, realizada em duas etapas, a segunda denominada “Solidariedade em Casa”, arrecadou 6005 cestas básicas, 17.732 itens de higiene e material de limpeza, 2025 máscara de proteção, 52kg leite em pó, 3200 refeições servidas, além de cerca de 30 mil reais.
E esse feito só foi possível por conta da compaixão e amor de parceiros e amigos, que confiam no trabalho da instituição. Alias, a confiança é algo presente no trabalho desenvolvido pelas ONGs
E ela já podia ser sentida antes mesmo do Covid19 chegar ao Brasil. É que segundo uma pesquisa realizada pelo Brasil Giving Report 2020, levantamento que retrata o comportamento e o pensamento dos brasileiros no que diz respeito a doação, voluntariado e engajamento cívico, houve um aumento de 7% na percepção positiva do brasileiro em relação ao trabalho das organizações não governamentais (ONGs). Em 2018, 72% dos entrevistados disseram que a ação das ONGs tiveram um impacto positivo. Em 2019, o número subiu para 79% dos entrevistados.
Os dados foram coletados em agosto de 2019, ainda no cenário pré-pandemia. Foram feitas mil entrevistas online, levando em conta dados demográficos, idade e gênero.
De acordo com Rodrigo Rocha, coordenador da Associação Beneficente São Martinho, esse cenário se deve, principalmente, ao crescimento da cultura de solidariedade no Brasil.
“Embora o povo em si sempre tivesse demonstrado um perfil solidário, essa solidariedade raramente se materializava de forma organizada em grandes ações coletivas. A partir de eventos como o desastre das chuvas da região serrana do Rio e do rompimento da barragem de Brumadinho, a sociedade percebeu que seria impossível responder a tantas demandas só com ações solidárias isoladas. Isso fez florescer a ideia de que sem as organizações, o atendimento às demandas sociais seria lento e difícil. Outro fator que entra para essa equação é a criação de uma série de certificações e premiações nacionais e internacionais para entidades do Terceiro Setor, o que serve de elemento externo validador da seriedade do trabalho realizado”, afirma.[/az_column_text][/vc_column][/vc_row]