Cresce percepção positiva de brasileiros em relação ao trabalho das ONGs, diz levantamento

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Cresce percepção positiva de brasileiros em relação ao trabalho das ONGs, diz levantamento

Para boa parte da população, a pandemia do Coronavírus ressignificou alguns conceitos e aflorou a solidariedade. E os números só reforçam essa mudança de cenário. Segundo o Monitor das Doações Covid19, foram mais de 6 bilhões de reais doados em resposta ao Coronavírus, um recorde no Brasil.

Mas essa confiança não começou com a pandemia. É que segundo uma pesquisa realizada pelo Brasil Giving Report 2020, levantamento que retrata o comportamento e o pensamento dos brasileiros no que diz respeito a doação, voluntariado e engajamento cívico, houve um aumento de 7% na percepção positiva do brasileiro em relação ao trabalho das organizações não governamentais (ONGs). Em 2018, 72% dos entrevistados disseram que a ação das ONGs tiveram um impacto positivo. Em 2019, o número subiu para 79% dos entrevistados.

Os dados foram coletados em agosto de 2019, ainda no cenário pré-pandemia. Foram feitas mil entrevistas online, levando em conta dados demográficos, idade e gênero.

De acordo com Rodrigo Rocha, coordenador da Associação Beneficente São Martinho, esse cenário se deve, principalmente, ao crescimento da cultura de solidariedade no Brasil.

“Embora o povo em si sempre tivesse demonstrado um perfil solidário, essa solidariedade raramente se materializava de forma organizada em grandes ações coletivas. A partir de eventos como o desastre das chuvas da região serrana do Rio e do rompimento da barragem de Brumadinho, a sociedade percebeu que seria impossível responder a tantas demandas só com ações solidárias isoladas. Isso fez florescer a ideia de que sem as organizações, o atendimento às demandas sociais seria lento e difícil. Outro fator que entra para essa equação é a criação de uma série de certificações e premiações nacionais e internacionais para entidades do Terceiro Setor, o que serve de elemento externo validador da seriedade do trabalho realizado”, afirma.

O levantamento faz parte de uma série internacional, produzida pela Aliança Global da Charities Aid Foundation, uma rede mundial de organizações que trabalham nas fronteiras da filantropia e da sociedade civil, que também inclui relatórios sobre Austrália, Bulgária, Canadá, Índia, Rússia, África do Sul, Estados Unidos e Reino Unido.

Ainda segundo o levantamento, as causas mais populares permanecem organizações religiosas (49%), de crianças ou jovens (39%) e combate à pobreza (30%). Essas também são as principais causas do voluntariado.

Já a quantia média doada nos últimos doadores nos últimos 12 meses é de R$617, acima da médias dos anos de 2018, que foi de R$532 e 2017 que foi R$594. As doações em dinheiro tem sido o método mais comum (65%), apesar das doações online e com sistemas de pagamento terem aumentado.

“O principal ganho que vemos com esse clima favorável é o número de pessoas, tanto físicas quanto jurídicas, que passaram a se mobilizar em torno da causa. Dificilmente passamos um dia sem receber uma oferta de voluntariado, uma proposta de parceria, um contato oferecendo doação de alimentos. Foi criada uma grande rede do bem, invisível, mas muito presente e muito atuante, que tem injetado na São Martinho e em outras instituições toda uma série de recursos emergenciais que têm sido providenciais na guerra que estamos travando contra a fome e a exclusão. Somos muito gratos por todo o apoio, vindo de diversas frentes. É importante lembrar, entretanto, que a situação de pandemia vai passar, e a instituição não vai parar de atender as mais de 2.000 crianças que atendemos todos os anos. Ao contrário, após a pandemia a tendência é de crescimento da nossa presença e atuação, e justamente por isso precisamos que a mobilização continue”, finaliza.[/az_column_text][/vc_column][/vc_row]