Ex-beneficiária da São Martinho passa em primeiro lugar para residência multiprofissional em Oncologia no Inca

👩🏻‍🦰 Relato da Jovem:

Me chamo Jéssica de Queiroz e sou moradora do Complexo da Maré, bairro localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro e passei em primeiro lugar para a residência multiprofissional em oncologia no Inca (Instituto Nacional de Câncer), órgão brasileiro auxiliar do Ministério da Saúde.

Minha trajetória não foi fácil. Meu pai trabalhou muitos anos na São Martinho e desde bebê usei roupas doadas pela instituição, assim como tive acesso ao leite fornecido pela mesma. Cresci com o sonho de aprender inglês, mas meus pais não tinham dinheiro para pagar um cursinho e, por intermédio do meu pai e a São Martinho, eu tive a oportunidade de ingressar na Sociedade Brasileira de Cultura Inglesa.

Sou muito grata por tudo o que a São Martinho me proporcionou, pois transformou a minha história. Os 6 anos que estive no SBCI serviram de base para muitas coisas na minha vida. Na época eu fazia CEFET-RJ concomitantemente ao curso, e saber inglês abriu as portas da leitura, interpretação e apresentação de artigos da iniciação científica que fazia no técnico, posteriormente, já na graduação, na Faculdade de Odontologia da UFRJ.

Recentemente, a porta que o inglês me abriu foi no processo seletivo do INCA. Passei em primeiro lugar para a residência multiprofissional em Oncologia, onde uma das categorias avaliadas era “Certificado de curso ou proficiência de língua estrangeira, categoria na qual que obtive a pontuação máxima por ter nível avançado no inglês. Por isso, sou eternamente grata à oportunidade que a São Martinho me forneceu de poder estudar na Sociedade Brasileiro de Cultura Inglesa.

Sou grata por poder olhar pra trás e ver o quanto eu cresci tanto profissionalmente quanto pessoalmente. Agradeço especialmente a cada professor e funcionário da instituição, a cada amigo e a cada troca que tive durante toda a trajetória no SBCI. Hoje subi mais um degrau na escada da vida e sei que subirei muitos mais, porque a base é forte e o sonho também, e como diz Clarice Lispector, “O que é pra ser, tem muita força.”