As projeções são de queda no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, tanto para o segundo semestre como para o ano de 2023. É o que indicam instituições que estudam e analisam dados da economia, como o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e o Credit Suisse.
Segundo o instituto, somente o setor de serviços tem estimativa de alta (2,8%), enquanto os setores de agropecuária e industrial devem mostrar relativa estabilidade. Para o segundo semestre deste ano, há expectativa de desaceleração da atividade econômica, em função de fatores externos e internos.
Os aspectos externos apontam para menor crescimento e maior incerteza, dada a elevação das taxas observadas e esperadas de inflação na maioria dos países, e a persistência da guerra entre Rússia e Ucrânia – que deve prolongar os atuais problemas nas cadeias produtivas. Do ponto de vista dos fatores internos, a persistência de taxas de inflação elevadas, além de inibir o consumo por meio da redução da renda real das famílias, tem levado ao aperto da política monetária no país, cujos efeitos atingem o mercado de crédito e tendem a se intensificar nos próximos meses.
O Credit Suisse também reduziu sua projeção para o crescimento do PIB do Brasil em 2023 a 0,2%, de 0,9% anteriormente, e chamou a atenção para os riscos fiscais do país e seu possível impacto sobre a inflação e os custos dos empréstimos.
Para 2022, o banco suíço manteve a estimativa de crescimento econômico em 1,4%, mas acredita que a atividade desacelere ao longo do ano após um primeiro trimestre positivo, devido à redução das economias das famílias, menor impacto da reabertura pós-pandemia e efeitos defasados da elevação dos juros básicos.