Segundo levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), em maio, 54,4% dos trabalhadores brasileiros tiveram um reajuste abaixo da inflação, ou seja, perda real de salário. Apenas 13,4% receberam um reajuste acima do índice.
Para os 13,4% dos trabalhadores que conseguiram negociar o percentual acima da inflação, houve uma pequena melhora, se comparado ao mês anterior. Ainda assim, foi o mês com maior porcentagem de trabalhadores com perda real desde junho de 2021.
O levantamento mostra que a queda da renda média real do trabalhador acelerou neste momento, se considerada a queda na renda média real do trabalhador brasileiro em maio, de 1,28%, ante uma queda de 0,76% no mês anterior.
Durante o ano de 2021, o brasileiro teve a menor renda média dos últimos nove anos. Para 46% dos trabalhadores, o reajuste salarial cobriu somente as perdas inflacionárias medidas pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). A outra fatia de 46%, o reajuste ocorrido ficou abaixo da inflação, com perda real de salário.
Com a inflação mais amena em maio, ocorreu a primeira queda do reajuste necessário do salário nas negociações em 2022, que saiu de 12,47% para 11,9%.
A alta inflação acaba também prejudicando o poder de barganha dos trabalhadores, sendo difícil conseguir um reajuste mais elevado, mesmo que justo, quando este realiza duas negociações com o seu patrão.